terça-feira, 20 de março de 2012

Aurevoir.

Olá queridos,

venho por meio deste post dizer que estou despedindo-me do Contos de Raisa, o blog que me acompanhou durante quatro anos - os primeiros mais bem desfrutados da minha companhia. Agora sigo novos rumos, e por mais que eu mude o layout, ainda sim, a simplicidade do que eu escrevia antigamente, permanece tão intacto em mim, quanto o computador o qual eu escrevi meus primeiros continhos. Então, agora preciso mudar. Uma vida nova, requer muitas mudanças, e alguns devaneios ficaram para trás dando lugar a novos. Com doces e, ao mesmo tempo, revoltosos desejos de alcançar quimeras quase inatingíveis. :) 
Sejam felizes, leitores e me acompanhem agora em: Correr dos Rios com muito mais Pará, muito mais amor, muito mais destino, revolta, fúria e beijos azuis. 

Um grande beijo e obrigada pela companhia. 

quinta-feira, 15 de março de 2012

A eternidade desse amor termina no Pará


Hoje criei coragem e assisti a um capitulo inteiro da nova novela das 6h da Rede Globo “Amor eterno amor”. E, da mais sincera opinião, estou decepcionada. Enojada. Esbravejada. Mas de qualquer forma, eu não esperava ser surpreendida.

O que unicamente vi foi ganância e esforço para superar emissoras concorrentes. A cultura e a beleza do Estado foram esquecidas, jogadas no lixo. Na verdade, a importância disso foi irrelevante. É muito fácil escrever qualquer besteira para ser transmitida em rede nacional sendo que em torno de 80% das pessoas que não moram na região Norte do país, são ignorantes e não sabem nada além das sua vidas e cultura repugnante de soberba e superioridade.

Mas então, querida Globo, eu gostaria de vos dizer, assim como para todo e qualquer outro leigo brasileiro que, não, o Norte não é o Nordeste. Não estou inferiorizando essa região árida – linda e gostosa – do país, longe de mim. Mas as pessoas do Pará, não têm sotaque nordestino, não falam expressões como “oxe”, tampouco choramingando. Temos um dialeto chiado, lento e ondulatório. Soa como um rio, ora em tempestade, ora em calmaria.

Segundo, (eu não comecei com primeiro, mas quero falar segundo) a televisão não chegou ao Marajó antes de chegar às grandes capitais brasileiras, mas eu posso afirmar com toda convicção que não chegou esse ano, nem ano passado. Eu diria uns 15 anos atrás, no mínimo.

Depois, “égua” é uma gíria tipo “bah” e “caraca”, ou seja, adaptável em inúmeros contextos. Portanto, queridos escritores de ideologias patéticas e deprimentes, o “égua” é dito e entonado de n formas. Não se fala “égua” porque ela é mulher do cavalo, se fala “égua” por surpresa, por amor, por destino, por favor, por obrigado, por bom dia, por boa noite. Fala-se “égua” assim como se bebe água nesse calor infernal que é a região Norte.

Apesar de tudo, eu tenho consciência de que as cidades do Marajó, assim como o Pará (e eu ousaria dizer até que o resto do Brasil) não é Tóquio de tanto desenvolvimento e pessoas com educação acadêmica e profissional, claro que não direi isso. Mas, essa calorenta região está muito longe de ser um lugar onde as pessoas matam e comem a carne de humanos, como canibais, seja qual for o motivo. Está longe, também, de ser essa idiotice e infelicidade que essa novela é.

E, vai além minha decepção quando me lembro da “Selvagem de Santarém”. Mas seria muita indignação para um texto só, para um leitor só, para um escritor paraense só. Portanto, ficará guardado na caixinha de recordações passiveis de esquecimento. Forçado, lastimável.