sábado, 23 de fevereiro de 2008

Coluna Favorita. *_*


Poucas coisas na vida são mais importantes do que aprender a perder. Perder um amor, um emprego, ir mal na prova, tomar um gol por baixo das pernas, dar com os burros n’água, com a cara no chão, ver a vaca ir pro brejo e como diz o samba, levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.
Não o sofrimento não tem nenhum valor em si. Bom mesmo é amar e ser amado, tirar nota 10 na prova e na vida, ganhar 1 milhão por mês, ser campeão mundial de futebol, peteca ou beijo na boca e, na volta, desfilar em cima do carro de bombeiros sob os aplausos da nação. Mas infelizmente não é assim que as coisas funcionam [...] E sabe o que? Sou mais um fracasso pleno do que sucessos vagos; os êxitos inúteis que vemos em jornais, revistas ou livros de recordes [...] Quando tinha 6 anos, participei de um campeonato de futebol na minha escola. Como, já naquela época, minha presença bastava para desequilibrar o jogo, o meu time ficou entre os últimos. No fim recebemos uma medalhinha em que estava escrito ‘o importante é competir’. Lembro-me de que achei a frase estúpida. Se o importante não era ganhar, qual a razão do campeonato? A frase é um clichê e, como todo clichê começou a fazer sentido quando fui ficando mais velho. A vida é muito curta para deixarmos de lutar pelo o que a gente gosta em troca de meia dúzia de aplausos. O grande pecado é não nos atirarmos, com todas as forças na direção que escolhemos. Pros diabos se as coisas vão dar certo ou não. Mais vale um pássaro na mão, é verdade, mas se tivermos dado o melhor de nós mesmos sem conseguir captura-lo, o jeito é sentar numa sombra e ter a grandeza de aceitar, como parte da vida, os dois voando. [...]

Coluna do Antonio Prata, capricho ed. Nº1032

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